Bom, nesta semana vou publicar um assunto que umas colegas da faculdade me pediram. Fui informado que uma grande parte das mulheres se preocupam com essa tal Displasia Mamária, o que não é tão grave. Então venho aqui compartilhar com informação para que as mulheres entendam um pouco mais sobre isso...
Displasia mamária: por que não temê-la
Segundo especialistas, muitos dos caroços e das dores que aparecem nos seios de 95% das mulheres não estão associados ao câncer, nem ao menos podem ser considerados sintomas de doença
O câncer de mama é o principal causador de mortes na população feminina do Brasil e uma das doenças mais temidas pelas mulheres, não só pela alta freqüência e mortalidade, mas sobretudo pelos traumas e efeitos psicológicos. Talvez por isso que a displasia mamária ainda seja motivo de tanta preocupação. Afinal, quem sofre com o problema percebe a proliferação desordenada do tecido fibroso que sustenta as glândulas, levando à formação de pequenos nódulos ou cistos detectáveis no exame clínico, bem como um visível aumento no volume das mamas - o que para muita gente é sinal de um diagnóstico de câncer. Para a tranqüilidade geral da nação feminina, porém, este quadro não desencadeia a tão temida multiplicação anormal das células. E, melhor, não pode ser considerado, nem ao menos visto como uma doença.
Os números apontam que 95% das mulheres apresentam algum grau de displasia mamária, que atualmente é classificada pela Sociedade Brasileira de Mastologia como Alteração Funcional Benigna das Mamas (AFBM). "Passou- se a considerá-la apenas uma manifestação de sensibilidade às oscilações hormonais que a mulher enfrenta durante toda a sua vida reprodutiva", explica o ginecologista João Carlos Mantese, diretor-geral do Hospital Pérola Byington, em São Paulo.
A AFBM pode se manifestar entre os 15 e 40 anos, tende a melhorar após a gestação e a lactação, e a desaparecer depois da menopausa. O sintoma mais comum é a dor, que costuma ocorrer fora do período menstrual (mastalgia) ou exclusivamente nesta fase (mastodinia). Mas sua intensidade varia. Um trabalho realizado pelo Setor de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), mostrou que a maioria das mulheres (94,6%) sente dores amenas e somente quando toca as mamas. Já 4,6% delas relatam dor moderada e apenas 0,8% sofrem com pontadas intensas o suficiente para impedir até a realização de atividades normais.
Razões para o sofrimento
Quanto às causas, os médicos dizem ainda não serem totalmente conhecidas. Até bem pouco tempo eles sugeriam que o consumo excessivo de sal, cafeína e xantinas (substâncias presentes no chocolate) estava envolvido. "Hoje, o que se observa, de fato, é que o estresse, correlacionado com a ingestão de alimentos gordurosos e, principalmente, a ação do estrogênio e da progesterona (hormônios sexuais femininos) são os principais envolvidos", revela o médico João Carlos Mantese. "Outra explicação estaria ligada ao fato de as mulheres modernas enengravidarem poucas vezes e sofrerem uma ação hormonal continuada", completa o ginecologista e obstetra Arthur Campos da Paz (RJ), diretor do Instituto Campos da Paz de Estudos e Pesquisas Biomédicas e membro titular da American Fertility Society.
Atenção às alterações da mama
Ninguém discute que a detecção precoce é a arma mais poderosa contra o câncer de mama. Se o tumor for flagrado logo no início, as chances de cura batem os 90%. Para isso, além das visitas constantes ao médico e dos exames ginecológicos preventivos de acordo com a idade, sexo, hábitos de vida e histórico familiar, as mulheres contam com uma outra ferramenta bastante simples e eficiente: o auto-exame.
Segundo uma pesquisa feita por cientistas da Escola de Medicina Johns Hopkins, nos Estados Unidos, mais de 50% dos casos de tumores malignos de mama são flagrados pela própria paciente. Assim, vale a pena, claro, gastar alguns minutinhos do seu mês para investir na sua própria saúde à procura dos sinais de perigo.
Apesar de as alterações benignas da mama não representarem nenhuma ameaça à saúde, os especialistas aconselham tratar os sintomas para que a paciente fique mais tranqüila e, conseqüentemente, sofra menos e melhore a qualidade de vida. "Na maioria das vezes, uma consulta com o ginecologista para alertá-la sobre as reais proporções do mal é o suficiente para diminuir a sua ansiedade e ajudá-la a lidar melhor com a situação", aconselha o obstetra Campos da Paz.
Além disso, o uso de pílulas anticoncepcionais normalmente induz a uma melhora dos sintomas. As pacientes contam ainda com um bom arsenal de medicamentos específicos: entre eles diuréticos leves, analgésicos e vitaminas (A, B6 e E), administrados para aliviar a sensação dolorosa. Para completar, um estudo divulgado pelo Colégio Americano de Ginecologia mostrou que o ácido gamalivolêmico, extraído da prímula, uma flor, ajuda a modular o efeito dos hormônios sobre as mamas e, de quebra, minimiza bastante os sintomas de irritação, mudança de humor, entre outros que acompanham a tensão pré-menstrual (TPM). Outra recomendação importante é adotar sutiãs e tops com alças largas de sustentação para aliviar o impacto dos seios, que ficam inchados e pesados.
- Deformações ou alterações no formato das mamas
- Abaulamentos ou retrações
- Ferida ao redor do mamilo
- Caroços nas mamas ou axilas
Somado a todos esses cuidados, qualquer carocinho que aparecer não pode deixar de ser investigado. Mas nada de entrar em desespero, avisam os médicos. Os cistos, sacos cheios de líquidos, geralmente são formações benignas. E a punção para esvaziá-los só é indicada em algumas situações, uma vez que o procedimento não impede que eles voltem a aparecer em outros lugares. Por sua vez, os nódulos (espécies de cartilagens arredondadas que, ao serem apalpadas, lembram a ponta do nariz) requerem atenção. A fim de que sejam inofensivos, precisam combinar tecidos fibrosos e glandulares, o que só se confere mediante a ajuda da mamografia e ultrassonografia. A cirurgia para a retirada de nódulo, sobretudo aqueles com mais de 1 cm de diâmetro, é sempre indicada.
Para finalizar, os doutores alertam todas as mulheres, mesmo as que nunca sentiram o desconforto da displasia, sobre a importância de conhecer e explorar cada pedaço do próprio corpo. "A presença de um caroço nas mamas pode não ser sinal de perigo. Porém, se as características dessa alteração mudarem de uma hora para outra, aí, sim, serão necessários exames mais detalhados", conclui João Carlos Mantese.
QUANDO FAZER O AUTO-EXAME
Uma vez por mês. A melhor época é logo após a menstruação. Para as mulheres que não menstruam mais, o auto-exame deve ser feito em um mesmo dia de cada mês
Um toque para a sua saúde
Coloque um travesseiro debaixo do lado direito do corpo e a mão direita sob a cabeça. Com os dedos da mão esquerda, apalpe ao redor de toda a mama direita, de preferência com pequenos movimentos circulares. Inverta a posição e apalpe da mesma forma a mama esquerda.
DIANTE DO ESPELHO
Eleve e abaixe os braços. Observe se há alguma anormalidade na pele, alterações no formato, abaulamentos ou retrações.
NO BANHO
Com a pele molhada e ensaboada, eleve o braço direito e deslize os dedos da mão esquerda suavemente sobre a mama direita estendendo até a axila. Faça o mesmo com a mama esquerda.
FOTO: SÍMBOLO IMAGENS. ILUSTRAÇÃO: MARCELO GARCIA
FONTES: INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER ( INCA) E SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA
Toda informação aqui contida foi pesquisada em fontes confiáveis e tem o caráter educativo.
Sua saúde física tem como fonte a sua saúde mental.